quarta-feira, 19 de outubro de 2011

POR QUE? POR QUE? POR QUEEEEEEEEE?!

Vou "inaugurar" o Blog fazendo uma das coisas que mais gosto: contando uma história. Era uma vez uma moça que, depois de ter passado por uma dolorosa separação, pensou ter encontrado o amor de sua vida. O único detalhe é que ele morava em outro continente, e chegou da maneira como se iniciam os contos de fada modernos: através de uma rede social. Se encontraram pela primeira vez e foi tudo maravilhoso; depois, quando estiveram juntos por mais um tempo, os dois perceberam que quando o "virtual" vira "real", esbarra naquele problema básico de todo relacionamento que fica sério: a convivência. Esta ainda fica mais difícil quando se está longe do seu país, em um lugar desconhecido, nas mãos de outra pessoa, convivendo com uma rotina que não é a sua, e que tem vários aspectos que não te agradam. Sim, a Europa é linda, mas pra passear por 15 dias e voltar pro calor do nosso povo. Não demorou muito pra que notassem que de conto de fadas, essa história não tinha nada. Não se fazem mais príncipes e princesas como antigamente. A moça, de volta pro seu "reino", estava disposta a retomar sua vida deixando tudo isso apenas na memória, não fosse por um fato que mudaria tudo. Ela descobriu que os enjôos que sentiu nas últimas semanas não eram resultado dos inúmeros chocolates que devorava à noite no frio daquele apartamento português, descontando todo o stress e insegurança que sentia todo santo dia; e nem resultado do medo quase insuportável que sentia cada vez que entrava em um avião, ainda mais sabendo que passaria mais de 10 horas ali, pensando no que foi, no que não foi, no que poderia ter sido...os enjôos eram mesmo, uma vida nascendo em seu ventre. Depois de algumas semanas criando coragem, 2 testes confirmaram a suspeita. Na cabeça dela, só uma coisa: o desejo de que tudo isso não passasse de um cisto de ovário que pudesse ser confundido com uma gravidez. O cisto realmente estava ali, mas não excluiu o outro fato. Mais uma vez, isso tinha acontecido com ela. Não era possível. Como pode uma pessoa "errar" dessa maneira pela segunda vez?! E então nos 9 meses seguintes, ela chorou, chorou e chorou no travesseiro quase todas as noites e dias. Passou por coisas que até Deus duvida, se perguntava a todo instante o que deveria fazer, mas se recusou a ter o filho longe da família e voltar praquele lugar que deixou tão poucas boas lembranças...e conforme previa, terminou mais sozinha que a Rapunzel presa na torre pela madrasta. "Por que eu? Por que de novo? Por que com essa pessoa? Como fica minha vida agora?". Demorou meses pra se acostumar com a idéia, pra começar os preparativos, pra escolher o nome, pra administrar dois fatos que nem sabia qual julgar pior: outra gravidez inesperada ou admitir pra si mesma (e pro resto da humanidade) que criaria esta criança sozinha pelo resto da vida, sem saber sequer se o filho chegaria a conhecer o pai?
As semanas foram passando e, apesar da maior parte das pessoas não ter ao menos percebido a gravidez, como qualquer ser humano com sentimentos, ela começou a sentir aquela ligação entre mãe e filho que é inexorável, independente de qualquer circunstância. A barriga só cresceu no oitavo mês. Sua mãe dizia que quando pensava naquela criança, a associava sempre a um anjo, e então esse foi o tema da primeira festa em homenagem a ele: o chá de bebê. Nesta ocasião, praticamente no final da gestação, ela percebeu que, apesar de tudo, eles nunca estariam sozinhos neste mundo, pois havia muitas pessoas que se importavam de verdade. E chegou o dia, a hora e o momento: o menino nasceu, saudável, lindo, pesado. A cara do médico no centro cirúrgico não deixava dúvidas: havia algo de estranho. Aquele cisto havia crescido tanto, que tomou o ovário esquerdo quase completamente. Resolveu remove-lo ali mesmo, pois o caso já estava crítico. Quando ela viu aquilo, mal acreditava que tinha saído de dentro dela, e o pior, esteve ali durante sabe-lá-quanto-tempo assim, silencioso, sem dar sinais. Tinha o tamanho de um coração, aspecto idem, e a fez perder quase totalmente um dos ovários. Ainda em choque, naquele minuto em que ela havia acabado de segurar o filho pela primeira vez, onde os médicos ainda a libertavam daquele corpo estranho que não a pertencia, TUDO fez sentido, e todos os PORQUES foram respondidos. Após análise, o médico descobriu que se tratava de um tumor, que caso não fosse retirado iria se desenvolver infinitamente, até começar a afetar outros órgãos. Sim, apesar das noites maldormidas, do mar de lágrimas derramadas, do momento de maior insegurança e solidão de toda a vida, o Breno veio pra me salvar. Além de me dar todo o amor verdadeiro que só um filho pode dar a uma mãe. Desde o dia 29/09/11, eu parei de me questionar tanto sobre os motivos disso ter acontecido comigo, pois a resposta veio na hora certa: na hora em que uma mulher percebe que daria a vida por um filho. Ele deu a vida por mim sem precisar abrir mão de sua própria existência. E isso só prova que, pra variar, a intuição da minha mãe estava certa: o Breno é, literalmente, um ANJO que foi enviado pra mim.
Este anjo veio ao mundo em 29/09/2011, às 22:30, pesando 3.645kg e medindo 50cm.

8 comentários:

  1. Parabéns Laura, pela coragem de dividir sua história. Com certeza pode ajudar e inspirar muitas mulheres. Esses pequenos são sempre benções na nossa vida e o seu Breno mais ainda! Os dois são lindos e vocês formam uma maravilhosa família! Parabéns!

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  2. Lindo Laura...me emocionei!!!!
    Parabéns pelo bebê lindo!
    Um anjo sem dúvidas!

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  3. Olá amiga sua história é uma lição de vida sim,deus as vezes nos manda mensagens e lições das mais inesperadas formas e para vc esse foi o meio que ele agiu na sua sua vida te dando um filho lindo que alem de te dar muitas alegrias ainda veio para de certa forma salvar sua vida !!
    Então ame ele te todo seu coração amiga e seja muito feliz com essa benção que Deus te deu..

    bjoss

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  4. Ser Mãe Solteira é mais do que ser Mãe com Príncipe ou Sapo do lado dividindo ou somando as alegrias, angústias, sucessos ou fracassos da Vida. É ser Mãe sem Vida a Dois!
    No seu caso, minha Mãe Solteir ser Mãe com Vida a três, você, Théo e Breno.
    Deus está tranquilo filha, pois sabe perfeitamente a quem enviou seus Anjos e com quanto Amor voce os recebeu, apesar das dificuldades, das separações, das verdades e das falsidades que você viveu.Apesar de não ter teto pra dividir com os ditos pais.
    Vejo hoje em seus olhos, sempre pra mim de menina,um novo brilho um novo horizonte, um novo motivo. As lágrimas fazem parte das histórias de amor e surgem e partem como os sapos e/ou príncipes,nos deixando mais fortes e lapidadas, mais brilhantes e muito mais nós mesmas!
    Te amo e admiro filha e amo mais ainda por você ser a Mãe que você é. Mãe Solteira? Então minha
    "Mãe Solteira" preferida!
    Aurea Perez

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  5. Amiga fiquei emocionada com sua historia..embora já conhecia um pouco!
    Mas continue sendo essa pessoa maravilhosa q vc é!!

    Mae solteira ou não...vc é MÃE!!

    bjus te adoro Karyn!!

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  6. Laura,
    Parabens, adorei seu blog!
    E quer saber esse negocio de mae solteira nao tem nada a ver e so um "Titulo" voce conhece de verdade alguma mae que precisa de um Pai para criar um filho?
    Eu nao fui mae solteira mas criei a minha filha sozinha como MUITAS maes que estao por ai...rsrsrs
    Um beijo grande e parabens pelos dois anjos que voce ganhou de presente!!!
    Chris Dotto

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  7. Perfeito amiga, de emocionar! Parabéns!!
    Bjus....Francine Haddad ( MODA MENINO )

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